domingo, 18 de julho de 2010

A arte do não julgar.

Hoje, gastando meu precioso tempo, jogando meu jogo virtual de buraco, me deparei com um desconhecido que sempre vejo por lá "nossa, esse homem não faz nada da vida! Vive aqui jogando buraco." pensei. Mas no segundo seguinte, minha mente justa me recriminou, pensando "se eu vejo ele sempre, é porque eu também sempre estou aqui....". Quantas vezes recriminamos, sendo que fazemos as mesmas coisas? Quantas vezes julgamos, se fazemos até coisas piores!! Falar "Você reclama demais!" já é uma reclamação! Me auto-critiquei (critica não necessariamente uma reclamação!) “caramba, eu to aqui, reclamando que o cara não sai do jogo de buraco, por que me incomoda tanto o fato do cara estar ai??”. Depois dessa reflexão, percebi que minha reclamação não fazia o menor sentido.
O que uma pessoa faz ou deixa de fazer, é responsabilidade única e exclusiva da mesma. Absurdo é querer optar por ela. Descobri que nesse mundo, não somos donos de ninguém, descobri depois de muito esforço. Mesmo que aquilo que sua mãe, seu marido, seu amigo, seu quem quer que seja decida fazer, quem somos nós para impedir. Impedindo, nos tornamos chatos, mesquinhos, egoístas, a vida é para ser vivida, seja ela da maneira que for. Quem sou eu para impedir um pássaro de voar, uma flor de se abrir? Só porque somos humanos não podemos impedir a vida de outros humanos de fluir. "Isso não vai dar certo." "Você é meu namorado, não pode ficar 1 minuto longe de mim!" "Tá maluco? Mudar de país??" Quantas vezes ouvimos ou falamos frases assim? Com certeza elas já passaram pelas nossas vidas..
Aprendi a não viver para julgar, ou recriminar, aprendi que a vida é algo nos dado, e fazemos dela o que bem entender. Só por que não queremos algo pra nossa vida, não podemos obrigar ninguém a seguir nossa linha de pensamento. A mente é tão maravilhosa, e ao mesmo tempo pode ser algo cruel. Ao invés de julgar, tente entender. Ao invés de reclamar, questione. Opiniões são diversas, eu tenho a minha, você a sua. A sabedoria não é inata, estamos aqui para aprender. A verdade absoluta não existe, portanto, por que reclamar? Se o melhor da vida é questionar sempre, e ampliar nosso horizonte, e entender, cada tipo de pessoa, do jeito que ela é.
Quanto as reclamações cotidianas, nas minhas leituras sobre filosofia, e na minha crença, eu percebi que a reclamação é um alivio para a alma fraca, já que eu acredito no destino, de que me adianta reclamar do já traçado? Não temos que pedir carro, casa, temos que pedir força para agüentar os perrengues, pois, uma vez que sobrevivemos a eles, nos tornamos mais fortes. Acho que devemos agradecer a cada dificuldade, pois somente alegrias não nos fazem crescer. Como eu daria valor a saúde, se não existisse doença? Questionar até os fatos que a primeira vista parecem banais também nos ajudam, minha reclamação quanto ao homem do buraco, tornou-se um belíssimo motivo para reflexão.

A reclamação nos travam no meio do caminho, o julgamento também, já o questionamento nos oferecem um caminho enorme e rico pela frente.

Um comentário:

  1. adorei! juro que me identifiquei mt! (falando dos dois lados da moeda =p)

    ResponderExcluir